Na sequência da apresentação do estudo da
CCDR-N sobre a viabilidade económica da reabertura da Linha do Douro até Barca
d’Alva, Pedro Nuno Santos, ministro da Infraestruturas, anunciou a reabertura
da linha e o lançamento do concurso para projetos no início de 2023.
A Associação Vale d’Ouro, que organizou em
2018, com o Município da Régua, o primeiro evento a despoletar o interesse da região
na reabertura deste troço, encerrado desde 1988, com o Grande Debate do Douro (https://cimdouro.pt/2018/09/26/debate-a-linha-do-douro-um-futuro-que-tarda/)
não podia deixar de se congratular com este anúncio vendo assim reposta alguma
da justiça que a região reclama.
Ainda que o dia tenha trazido a esperança de
voltar a ver comboios a apitar em Barca d’Alva, o Presidente da Direção, Luís
Almeida, que ainda este fim-de-semana visitou o troço desativado, deixa o aviso
que a “região se manterá atenta e que atrasos e recuos deste projeto não serão
tolerados” e coloca balizas “não há técnica nem administrativamente, se a
vontade política existir, nada que impeça que os comboios possam circular
dentro de 4 a 5 anos”. Para o dirigente “a justiça começa a ser reposta, ainda
que com vários anos de atraso” e conclui “finalmente uma decisão concreta na sequência
de uma resolução aprovada por unanimidade da AR e sobretudo na sequencia de uma
vontade popular manifestada também na petição da Liga dos Amigos do Douro
Património Mundial”.
Sobre o estudo hoje apresentado, apesar de
bastante conservador em muitos dos aspetos da sua análise, acabou por provar o
quão obvio era este investimento. Mesmo em cenários de redução drástica dos
fatores que contribuem para o sucesso do projeto, a taxa interna de rentabilidade
mantém-se positiva.
A reabertura da Linha do Douro até Barca
d’Alva já tinha sido anunciada por Ana Paula Vitorino, no Pocinho em 10 de
setembro de 2009. Em 2011 o governo de José Sócrates tinha um plano para o
encerramento de 800 km de vias-férreas onde se incluía o Douro entre o Marco e
o Pocinho. A eletrificação até à Régua foi anunciada para 2019 e até à data não
foi lançada a empreitada ainda que o governo, já liderado por António Costa, tivesse
indicado a conclusão das obras para 2023. Ainda em 2018 o troço Régua-Pocinho
fica fora do PNI2030 vindo a ser incluído mais tarde no mesmo plano. Em maio de
2021 é criado um grupo de trabalho para avaliar a reabertura da linha do Douro
cujo prazo para apresentação das conclusões é no final do próximo mês de
outubro.